Se você for para Buenos Aires, como eu, usando somente sua identidade, preste atenção ao seguinte. Quando você passa pela imigração eles tiram sua foto, digitalizam seu polegar e depois te dão um papelzinho que parece um recibo desses de padaria, mais fininho ainda. Guardei minha identidade de volta na mochila e este papelzinho também, na verdade, por instinto e por Deus. Nem reparei.
Depois de alguns dias, fiz uma limpeza na mochila e não joguei fora este papelzinho que até então não sabia o que era. Pura preguiça de pegar os óculos.
Na volta, cheguei três horas antes como mandam, fui até o guichê da Aerolineas e o rapaz me pediu o documento de imigração. Gelei! Documento??? Daí ele mencionou que tinha um carimbo, pedi um tempo, loira precisava pensar... e eu me lembrei do tal papelzinho que eu não tinha jogado fora. Fiquei nervosíssima e acabei achando na mochila. Ele me deu o boarding card e tudo bem. A impressão que tive é que se eu não apresentasse o tal papelzinho eu não poderia embarcar. Coisa do tipo: você entrou ilegalmente na Argentina. Como eu o achei, ele me deu o cartão de embarque, minha identidade e relaxei.
Fiquei fazendo hora no aeroporto, e me encaminhei para o portão de embarque. Passei pela revista, tira bota, põe bota e cheguei na imigração. A moça me pediu o cartão de imigração. Qual? Não acredito!! Aquele papelzinho de padaria de novo? Mas ficou lááá com o rapaz do check-in, lááá embaixo!! Ele não me devolveu!
Pronto! Tá feito o rolo!! Eu cheguei três horas antes e agora tenho que correr. Ela disse que eu tinha que voltar lá embaixo e achar o papelzinho de padaria. Desci tudo correndo, óbvio que o rapaz não estava mais lá, o turno tinha sido trocado, ninguém viu, ninguém sabe, e agora? Bom, você tem que ir láááá longe no escritório da imigração e pegar um papel. Tá bom. Cadê esse escritório? Fui correndo, porque agora o tempo já estava ficando curto. No tal escritório da imigração tinha, de novo, óbvio, outros brasileiros tão perdidos quanto eu, alguns nem tinham recebido o papelzinho fininho da padaria, nunca. Daí o funcionário absolutamente lerdo e entediado pegou minha identidade e, claro, checou minha entrada legal no país e me mandou pagar uma taxa de 100 pesos (R$25,00) , tudo bem, mas..... no banco!!!! Cadê o banco? Corre pro banco!!!!! Consegui furar a fila com um brasileiro, ganhei uns minutinhos. De novo, por Deus, eu tinha exatamente os últimos 100 pesos da minha viagem. Não fosse isso teria perdido o voo. Um detalhe, na fila do banco, o pessoal estava, de relógio, há 30 minutos. O sistema "tinha caído". Na verdade, eu vi, estavam com os olhos na TV vendo um jogo de futebol. Tá, paguei a tal taxa, corri de volta para o funcionário entediado, ele me deu um papel, subi as escadas, passei pela vistoria toda de novo, tira as botas, põe as botas e consegui pegar meu voo.
P.....M.....!!! Que palhaçada é essa????
Tudo começou com o papelzinho fininho de padaria com um carimbo. Custava avisar que "aquilo" era um documento??
Gente, se eu tivesse tomado um café no aeroporto teria sido o maior transtorno!! Eu não teria dinheiro. Sem dinheiro, sem poder pagar a taxa, minha filha me esperando no aeroporto em São Paulo..... que raiva.
Estou mais do que fotografada e digitalizada no sistema do Mercosul, enfim, fiquei muito brava com isto. Será que é uma forma de renda para eles??? Esta mixaria?
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