Inhotim, MG |
Estive lá em 2009, fiz a postagem e perdi as fotos. Estou refazendo aqui porque é um passeio que vale a pena.
Inhotim é um Centro de Arte Contemporânea idealizado pelo empresário Bernardo Paz que já possuía uma propriedade rural em Brumadinho. Em 1984, recebeu a visita do paisagista Roberto Burle Marx que apresentou algumas sugestões e colaborações para os jardins.
Inhotim, MG |
Desde então o local se transformou, o projeto paisagístico cresceu e começou a nascer um grande espaço cultural que abrigaria inicialmente o acervo de arte particular de Bernardo. A primeira imagem é parte do restaurante. É dos melhores, não deixem de experimentar. Abaixo, o que parece um disco voador é uma instalação do artista Doug Aitcken. Entrando lá já se ouve os sons do interior da terra amplificados em alto volume por caixas. O barulho é captado 24 horas por dia e muda a todo instante. Os cinco microfones especiais estão instalados 202 metros abaixo. É inquietante e fascinante. Levou cinco anos para ser feito. Ao lado, o pavilhão da Adriana Varejão. Para mim, este é um dos mais bonitos tanto pela arquitetura com os espelhos d'água como pelas obras dela. Os azulejos retratam cogumelos alucinógenos, também obra da mesma.
Continuando a história, em 2002 foi fundado o Instituto Cultural Inhotim, uma instituição sem fins lucrativos, destinada à conservação, exposição e produção de trabalhos contemporâneos de arte e que também desenvolve ações educativas, sociais e pesquisas. Tornou-se um complexo museológico constituído por uma sequência não linear de pavilhões em meio a um parque ambiental. Recebe visitantes de diversas partes do mundo.
As bolas de mármore sobre madeira são de Waltercio Caldas (Brasil). As esferas abaixo ficam num jardim aquático em cima do Centro Educativo. Elas se movem suavemente com o vento. É muito lindo e reflete as pessoas repetidamente .Foi criado pela japonesa Yayoi Kusama. Ao lado uma instalação permanente do Tunga. Fica numa galeria exclusiva para esta obra num dos cinco lagos. Chama-se Equilíbrio. Cada pessoa interpreta de uma forma diferente.
Aqui uma pequena amostra do paisagismo. A folhagem escura é o inhame negro. Ao lado, suspensas de forma muito criativa entre eucaliptos, orquídeas que lá são agrupadas por espécies, como na natureza.
Estes são só quatro exemplos de espécies que eu nunca tinha visto. Os coquinhos assim em cachos, a bananinha vermelha ,uma vegetação com o caule em gomos e as patas de elefante adultas (pony-tail palm), trazidas do México.
Estes bancos lindos foram feitos pelo escultor/designer Hugo França com madeiras de árvores caídas na mata ou de velhas canoas abandonadas, geralmente da região de Trancoso, na Bahia. Pesados e fortes, os móveis esculpidos diretamente em troncos semi-queimados são quase esculturas. Ele faz o inverso, partindo da forma que a natureza apresenta para depois criar. O resultado é uma obra sempre única feita a partir de materiais que ficariam normalmente se deteriorando. No parque existem mais de 20 peças produzidas desde o início de sua carreira até sua produção mais recente.
Estes painéis são enormes (530x1300x20cm). Um se chama "Abre a Porta" e o outro "Rodoviária de Brumadinho". Neles estão retratadas pessoas da cidade e até alguns funcionários que por lá trabalham. Foram feitos por John Ahearn (USA) e Rigoberto Torres (Porto Rico) em fibra de vidro e pintados com tinta automotiva. Ao todo, o acervo é de aproximadamente 500 obras de mais de 100 artistas.
Conclusão - Vale a viagem! Vale voltar sempre! Se não for pela arte, que seja para ver de perto uma das maiores coleções botânicas do mundo, com espécies tropicais raras e uma reserva florestal que faz parte do bioma da Mata Atlântica.
Comentários