Tia Lígia era bonitinha que só, mas isso foi o menos importante. Nesse momento está sendo rezada sua missa de sétimo dia. Vou sentir muita saudade dela.
Quando a gente tem uma boa sintonia com uma pessoa, a gente se lembra de tudo que ela gosta e de todos os bons momentos vividos juntos, dos seus foras, suas manias e suas paixões.
Tia Lígia tinha umas coisas que só ela mesmo. Quando sabia que algum sobrinho estava em trânsito, ia logo acender uma velinha pra Nossa Senhora. Se fosse o Ricardo, então era uma vela maior ainda. Sobrinho preferido. Mas eu nem sentia ciúmes por que eu também me sentia muito querida. Outra coisa é que se alguém dizia que ira viajar pra Paris, por exemplo, ela logo dizia: Lá tá 35C . Adorava um canal do tempo! Pode ?
Também adorava corrida de Fórmula 1, revista Caras, caras revistas de decoração, pimenta das bravas, banho de espuma, roupas beije e colar de pérolas, gostava de viajar, de tocar violão e cantar em francês. Tocava piano também. Era ou não era charmosa ?
Agora, paixão mesmo ela tinha pelo neto Rafael. Esse nenhum dos sobrinhos conseguiu superar. É justo.
Acho que na sua casa, não houve um dia que não aparecesse por lá um sobrinho ou um dos amigos dos filhos pra bater papo. Sempre tinha um cappuccino, um pão de queijo e principalmente era uma boa ouvinte e um colinho nas horas difíceis.
Ela sempre me chamou de Gina McPherson. Sempre, desde que me entendo por gente. Não sei de onde ela tirou isso.
Embora adorasse sapatos de salto alto, estava sempre em busca de um par de sapatos que acomodasse os seus joanetes. Mas briga feia mesmo foi pra deixar de vez os cigarros Hollywood. Uma dó. Foi duro. Acho que daí em diante a vida perdeu um pouco a graça pra ela.Vou sentir saudade dos nossos papos caminhando na praia do Guarujá seguidos de caipirinhas e muitas risadas.
Ela fazia um vatapá e um cassoulet como ninguém. Deu-me um caderno de receita com todos os seus segredos, tudo escrito à mão. Fiquei muito comovida.
Só não fico mais triste por perdê-la por que sei que ela teve uma vida feliz e que agora vai adorar rever seus pais e irmãos e seu amado “Virson”, como ela chamava o tio Wilson. Ela ficou viúva muito cedo.Foi a última das tias queridas, uma pena. Ficaremos sem ninho, sem colo e sem referência familiar.
Mande um abraço apertado a todos lá no céu, tia Lígia. Aproveite a festa! A gente se vira por aqui. Tentaremos seguir seus exemplos.
Beijo
Gina McPherson
Quando a gente tem uma boa sintonia com uma pessoa, a gente se lembra de tudo que ela gosta e de todos os bons momentos vividos juntos, dos seus foras, suas manias e suas paixões.
Tia Lígia tinha umas coisas que só ela mesmo. Quando sabia que algum sobrinho estava em trânsito, ia logo acender uma velinha pra Nossa Senhora. Se fosse o Ricardo, então era uma vela maior ainda. Sobrinho preferido. Mas eu nem sentia ciúmes por que eu também me sentia muito querida. Outra coisa é que se alguém dizia que ira viajar pra Paris, por exemplo, ela logo dizia: Lá tá 35C . Adorava um canal do tempo! Pode ?
Também adorava corrida de Fórmula 1, revista Caras, caras revistas de decoração, pimenta das bravas, banho de espuma, roupas beije e colar de pérolas, gostava de viajar, de tocar violão e cantar em francês. Tocava piano também. Era ou não era charmosa ?
Agora, paixão mesmo ela tinha pelo neto Rafael. Esse nenhum dos sobrinhos conseguiu superar. É justo.
Acho que na sua casa, não houve um dia que não aparecesse por lá um sobrinho ou um dos amigos dos filhos pra bater papo. Sempre tinha um cappuccino, um pão de queijo e principalmente era uma boa ouvinte e um colinho nas horas difíceis.
Ela sempre me chamou de Gina McPherson. Sempre, desde que me entendo por gente. Não sei de onde ela tirou isso.
Embora adorasse sapatos de salto alto, estava sempre em busca de um par de sapatos que acomodasse os seus joanetes. Mas briga feia mesmo foi pra deixar de vez os cigarros Hollywood. Uma dó. Foi duro. Acho que daí em diante a vida perdeu um pouco a graça pra ela.Vou sentir saudade dos nossos papos caminhando na praia do Guarujá seguidos de caipirinhas e muitas risadas.
Ela fazia um vatapá e um cassoulet como ninguém. Deu-me um caderno de receita com todos os seus segredos, tudo escrito à mão. Fiquei muito comovida.
Só não fico mais triste por perdê-la por que sei que ela teve uma vida feliz e que agora vai adorar rever seus pais e irmãos e seu amado “Virson”, como ela chamava o tio Wilson. Ela ficou viúva muito cedo.Foi a última das tias queridas, uma pena. Ficaremos sem ninho, sem colo e sem referência familiar.
Mande um abraço apertado a todos lá no céu, tia Lígia. Aproveite a festa! A gente se vira por aqui. Tentaremos seguir seus exemplos.
Beijo
Gina McPherson
Comentários