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Museu Vizcaya |
Esse passeio é excepcional. Uma viagem a um tempo bem distante do modernismo dos prédios de Miami.
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Museu Vizcaya, Miami |
Essa era a casa de inverno de James
Deering (1859–1925), e foi construída entre 1914 e 1922. Já imaginou?
Vizcaya foi concebida para ser uma interpretação moderna e subtropical de uma villa italiana do século dezoito.
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Museu Vizcaya- Vizcaya Museum & Gardens |
Os designers adaptaram elementos arquitetônicos mediterrâneos tradicionais ao clima subtropical com uma notável sensibilidade pelos temas de meio ambiente.
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Museu Vizcaya, Miami |
Antes era toda rodeada por uma floresta subtropical. A casa principal e os jardins então pareciam uma visão de sonho no meio da floresta, nas margens da Baía de Biscayne.
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Jardins do Museu Vizcaya, Miami |
Hoje ainda é um oásis de silêncio e verde miraculosamente preservado. Eu nunca tinha visto essas plantas aquáticas. Que cores!
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Jardim do Museu Vizcaya, Miami |
Deering queria que Vizcaya pudesse ser vista e acessada pelo mar e ele acertou pois essa visão foi a que mais me impressionou: a Barcaça (the Barge).
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A Barcaça no Museu Vizcaya, Miami |
Essa estrutura de pedra em forma de barco foi construída para proteger a casa e os terraços das ondas. Originalmente era acessado por gondolas ou barco a remo.
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Museu Vizcaya, Miami |
Tinha fontes, luz elétrica, árvores, plantas e um gazebo para entreter os hóspedes. Achei impressionante. Não sei se foi o dia nublado, mas a visão dessa enorme barcaça me pareceu um navio pirata fantasma. Tentei imaginar o lugar com a decoração acima.
Mesmo assim, as esculturas são um tanto angustiantes, não acham? Essas criaturas mitológicas marinhas e as máscaras que decoram a Barcaça foram criadas pelo escultor americano A. Stirling Calder. Em 1917 os artesãos locais começaram a esculpi-las e no verão do mesmo ano o artista Calder chegou no Vizcaya para dar os acabamentos finais.
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Museu Vizcaya, Miami |
A exposição constante da Barcaça à água salgada da Baía de Biscayne causou uma erosão significante. Hoje é difícil observar os detalhes mais delicados. As figuras sentadas nas duas pontas são réplicas. O Museu preservou as esculturas originais.
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Jardim Secreto no Museu Vizcaya, Miami |
O que hoje é chamado Jardim Secreto era antes o Jardim das Orquídeas.
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Jardim Secreto no Museu Vizcaya, Miami |
Elas não resistiram ao sol forte e à água salgada. Nos vasos construídos nos muros hoje existem espécies mais resistentes que precisam de pouca terra e nenhuma irrigação.
As grades de ferro das escadas (lindas!) são obras do artista americano Samuel Yellin e foram instaladas durante a construção da casa.
Existem outras obras dele pela casa e jardins. Ai, ai, não aguento guarda com celular! É o fim dos tempos, minha gente!
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Labirinto no Viscaya |
Aqui era onde ficava o labirinto que era tão alto que dava para se perder. As ondas dos furacões destruíram o jardim do labirinto várias vezes e em 2006 foi refeito com plantas que se desenvolvem bem quando próximas à água salgada. Uma luta, né?
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Museu Viscaya- Miami |
O coração e área principal da casa é o pátio interno que antes era aberto e hoje é coberto com vidro.
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Miami- Museu Viscaya |
A foto acima é da net. Não se pode fotografar o interior que tem partes belíssimas. A mobília na parte de cima, nos quartos, é bem sóbria, pesada e escura mas fora isso a casa é clara, iluminada, com vitrais belíssimos, muitas antiguidades e obras de arte vindas da Itália, luminárias lindas e várias referências ao cavalo marinho e caravelas, que ele adorava.
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Miami- Museu Viscaya |
Apesar da aparência barroca, Vizcaya era uma casa moderna, foi construída com concreto reforçado e com as últimas tecnologias da época como geradores e sistema de filtragem de água.
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Museu Vizcaya, Miami |
Também foi equipada com aquecimento e ventiladores, dois elevadores, além daqueles elevadores que levam a comida para outro piso, sistema de aspiração central e uma lavanderia parcialmente automatizada. Para aquela época, não é o máximo? A importância da estética da casa e a sua eficiência tecnológica foram comentadas nas revistas de arquitetura e engenharia da época.
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Barcaça na Baía de Biscayne |
Originalmente, o lado que dá para a baía era considerado a frente da casa. O atracadouro à esquerda era para os hóspedes que vinham pela Baía de Biscayne. No dia 25 de Dezembro de 1916 Mr. Deering chegou de barco para passar sua primeira temporada de inverno em Vizcaya. Deve ter sido uma festa de Natal e tanto! Durante a construção, foi criado um canal na baía rasa para permitir o transporte de material de construção por barco para a obra.
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Museu Viscaya- piscina |
Num dos lados tem uma piscina incrível, que entra parcialmente sob a casa. Eu tirei essa foto de dentro do café e lojinha que tem ali.
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Museu Viscaya- piscina |
A parte interna lembra um "grotto" e funcionava como uma sala com mobiliário antigo, vitrais e arandelas. Dizem que Deering só nadou nessa piscina uma vez, mas seus hóspedes e sua família usaram a piscina por décadas.
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Obra de Robert Winthrop Chanler |
O mural no teto foi criado em 1916 pelo excêntrico Robert Winthrop Chanler, um artista americano presente na decoração das casas do pessoal mais abastado da época. A cena é (era, até ser restaurada) uma fantasia submarina, quase um delírio, que inclui peixes exóticos, tartarugas, cavalos marinhos, plantas aquáticas e corais emoldurados por conchas em moldes de gesso. Há cem anos as escamas dos peixes brilhavam devido ao uso de tinta metálica usada pelo artista e do reflexo da água da piscina. Devia ser lindíssimo. Infelizmente, o material usado não foi uma boa escolha para esse ambiente. O artista usou inclusive tinta solúvel em água. Em 1992 e 2005, ondas causadas por furacão submergiram o mural e o grotto. A preservação do forro de Chanler é um desafio e prioridade visto que é um de dois únicos nos Estados Unidos que ainda existe e que é acessível ao público.
O lado oposto da casa abre para o jardim principal com loggias.
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Grotto no jardim do Museu Viscaya |
Os "grottos" de Vizcaya foram inspirados em extravagantes exemplos italianos do século dezesseis. As conchas foram coletadas nas Florida Keys e nas Bahamas e instaladas por artesãos das Bahamas.
Alguns eventos são realizados lá hoje em dia (foto da net).
Pode-se ir de trolley e de metrorail. Fechado às terças.
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