Tinham pouca coisa disponível mas eram muito criativas. A ideia era enfeitar as festas que viriam como Páscoa, Natal, casamentos, batizados e aniversários. Uma queria fazer mais bonito que a outra. Usavam grão de bico como miçanga, renda, barbante, papéis coloridos, ramos ocos do talo do trigo e do centeio como se fossem canudos, palha e sementes para formar esse tipo de arandela, candelabro, não sei que nome usar para traduzir. Ao pé da letra, o significado de pajaki é aranha de palha. Esse foi o primeiro que fiz, antes da pandemia. A ideia é formar uma teia apetitosa e atraente só que nela se prendem flores de papel e não insetos. Só sei que me apaixonei pela ideia na primeira vez que vi e quis experimentar.
Esse foi o segundo. Já tive que improvisar. Queria colocar pompons mas já não tenho mais tantas lãs. É uma tradição muito antiga. Supostamente, essas "teias" trazem sorte e felicidade. Eles acham que não se deve tirar as verdadeiras teias de aranhas e tem o maior respeito por elas. Tirá-las traria má sorte.
Peguei sementes na rua e deixei de quarentena antes de usar. Os pajaki que vi, mais "roots" realmente formam uma teia com canudinhos. É muito interessante. O nome pajaki se pronuncia em português totalmente diferente do que está escrito. A propósito, nunca estive na Polônia. Há variedades regionais para se criar um pajaki mas o normal é se usar o que há disponível naturalmente nos vilarejos no começo da primavera. Para criar um pajaki é necessário paciência, calma no coração e mãos firmes. Tô dentro. Levei três dias para fazer esse último mas as mulheres da época levavam semanas por que o autêntico mesmo é bem mais elaborado, com pompons de papel de seda curvados um por um, pétala por pétala, um servicinho respeitável. Usei retalhos de papel de parede, canudinho, sementes e favas que achei na rua e cortador de papel (humm, aí foi covardia). Uma coisa temos em comum, fiz o que pude com o que eu tinha disponível só que séculos depois, durante uma quarentena punk inimaginável, como um inverno sem fim.
Existem outros pajakis semelhantes em países como Lituânia, Ucrânia e Finlândia mas uma das pessoas mais craques nessa arte, a Karolina Merska afirma que os mais decorativos são da Polônia.
Comentários
FOTO. NO MOMENTO ESTOU ESTOCANDO PORTA ALFINETES , COISAS MIUDAS. ESTOU PREGUIÇOSA E ENJOADA DESSA PANDEMIA, NÃO ME DEIXAM SAIR, VER GENTE...! UN BEIJÃO DA NOVA AMIGA, POSTE MAIS, SUAS
PEÇAS SÃO LINDAS.OBRIGADA