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Santo Antônio do Pinhal - Passeio durante a pandemia


Não está mais aguentando ficar em casa e quer passear, né? Imagino. Eu também. Então aceitei o convite de um casal de amigos que tem ido frequentemente para Santo Antônio do Pinhal. Por razões técnicas e políticas que não vou comentar, o comércio nessa cidadezinha ainda lembra a nossa vidinha de antes.
Santo Antônio do Pinhal
Cumprindo todas aquelas recomendações blablabá, acredite, dá para entrar em lojinhas, comer em restaurantes, ver o verde das montanhas e principalmente voltar a sentir aquela alegria de pegar uma estrada e sair para passear. 

Já estive lá muitas vezes e sempre procuro novos cantinhos, novos restaurantes e nessa serra, até errar o caminho é gratificante.
Primeiro de tudo, me deixe te avisar de uma cilada. Tem lá na pracinha principal uma tenda de desinfecção. Você entra e supostamente sai um vapor e você sai limpinho de vírus do outro lado. Só que não. Eu entrei, minha amiga estava filmando e gente, sai um esguicho do tipo lava-jato de automóveis. Eu ainda consegui dar um passo para trás e escapei. É como se fossem lavar um carro. Não é um vapor. É uma chuveirada. Enfim, passem longe disso e de quem colocou essa engenhoca lá. Não entendi até agora se foi incompetência ou uma pegadinha de mau gosto. 
Jardim com diversas flores de origem japonesa.
Mas tinha um item na minha listinha que fazia tempo que eu queria conhecer e ficava sem graça de ir sozinha, o atelier do Eduardo Miguel Pardo. Enfim, aproveitei a companhia dos amigos e fomos. É fácil de achar, só colocar no Google Maps o nome dele, não no Waze. 
Atelie de Eduardo Miguel Pardo, Santo Antônio do Pinhal
De cara já amei o jardim com plantas diferentes e mais tarde ele contou que são comuns no Japão. O que tem a ver o Japão com esse artista que eu venho namorando de longe há tempos? É que ele foi premiado lá. Com o que? Pergunto. Com as pipas, ele respondeu. Meu Deus, que vergonha, nem estava sabendo das pipas. Já que mostro. 
Atelie de Eduardo Miguel Pardo, Santo Antônio do Pinhal
E demos sorte que ele estava lá de boa, como se estivesse esperando por nós. Não tem como resumir o curriculum desse artista. Muito premiado, saiu em inúmeras revistas e não dá conta de tantas encomendas ainda mais nesse momento de pandemia quando todo mundo resolveu dar um upgrade na casa. 
Adorei conhecer o galpão onde ele armazena a matéria-prima da sua arte, a madeira nobre, descartada, que ele geralmente ganha das pessoas que conhecem seu trabalho. 
Aliás, não só adorei como fiquei meio obcecada com a organização daquilo que parece um caos mas no fundo a gente percebe que se ele precisar de um certo galhozinho, ele vai saber exatamente onde encontrá-lo.
Atelie de Eduardo Miguel Pardo, Santo Antônio do Pinhal

Nunca vi um caos tão organizado! Te juro. E, vamos combinar, é um caos de entulhos, de restos, de resíduos, de coisas que as pessoas tocam fogo para ficar livre. 

Ele pega essas coisas duras, ressecadas, franzidas, sentidas, doídas e transforma em algo que você quer ficar apalpando e admirando. 
A madeira, quando trabalhada com respeito, tem isso, transmite conforto, dá vontade da gente ficar alisando e admirando as cores, as curvas, as texturas. A madeira liga a gente com o barro, com a terra, com as nossas sementes. Não sei de onde tirei isso, mas é o que sinto agora.
A estrela do momento, não que ele queira, é o beija-flor. É que o tal beija-flor apareceu em vários vídeos do Life by Lufe e virou febre. Todo mundo quer aquela coisinha bonitinha voando em casa. Feito de várias madeiras nobres, sem parafuso, sem nada, tão delicado, quem não quer?
Pipas de Eduardo Miguel Pardo
Seu primeiro prêmio no exterior foi com essas pipas (em madeira, claro), no Japão. Desde então o mundo abriu os olhos para ele. 
Hoje ele mesmo me mostrou, nesse caderno de visitantes, que pessoas de 84 países diferentes deixaram mensagens, algumas ele nem consegue decifrar. O moço é famoso ou não é? Foi muito agradável conhecê-lo. Adoro quando nossa brava gente se destaca! 
Voltando para o centrinho da cidade, na rua principal tem essa galeria como referência.
Uma das lojinhas, Vivarteare, é um outro show de coisas lindas. Entre sem pressa, por favor.
É de um casal, o marido, Dioclésio José, faz essas peças em tear vertical tipicamente andino, belíssimos, e a mulher, Miriam Leite, pinta quadros e faz esculturas em papel mache. Também revendem o que há de mais curioso e diferente na joalheria de lugares como Nepal, Tailândia, Indonésia e Inglaterra. Foi difícil tirar minha amiga de lá, estava encantada com os anéis. Eu queria os pôsteres dos pássaros da Mata Atlântica. Estou de olho neles há tempos e agora ainda tem aquelas bandeirolas do Tibet, só que feitas num mosteiro no Rio de Janeiro e o dinheiro é revertido para o Tibet. Difícil sair dessa lojinha encantadora. O marido da amiga se cansou de dar voltas na praça, esperando.

Almoçamos nesse restaurante, Puri no Deck, e hoje era dia de feijoada, mas também servem trutas e outras delícias. Muito agradável, bom atendimento, num deck lá fora, ao ar livre podendo curtir as cerejeiras em flor.  
O comércio dessa rua principal é singelo, agradável, autêntico e despretensioso. Não consigo achar uma palavra certa para descrevê-lo. Você sempre vai achar alguma coisinha que se sobressai.
 Esses carrinhos de supermercado forrados, por exemplo, um charme.
Funcionam como um Show Room de temperinhos de uma pessoa muito criativa da região.
E esse doce nessas mini marmitas com calda de café?
Dá vontade de comprar pra todo mundo que a gente ama.
Por falar nisso, lá tem um fábrica de meias! A Mountain Socks.
Mountain Socks - Santo Antônio do Pinhal
Meias boas, com design exclusivo, bonitas, diversas texturas, para todo tipo de clima.
Achei o máximo. Coisa nossa! 
O cafezinho coado na hora depois do almoço, tomamos nesse casarão antigo.
Tem artesanato variado.
Achei um amor esse porta-bowl. Nunca tinha pensado nisso.
E arrastei o casal amigo para visitar essa lojinha que adoro, Em Cantos de Minas.
Santo Antônio do Pinhal, Praça do Artesão
Fica em frente à essa pracinha.
Lá tem cada tapete em tear mais lindo que o outro, jogos americanos, tudo de muito bom gosto e o preço é ótimo. Tudo coisa brasileira. 
Mas tem muito mais para ver por lá e contei em quatro posts anteriores que você pode ver clicando AQUI.


Comentários

Unknown disse…
Bem colocado


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