Monte Alegre do Sul - Aventuras etílicas entre alambiques e adegas, com pitadas de perrengues na estrada!"

No terceiro e último dia da viagem, após sair de Jaguariúna e ponderar sobre uma breve parada em Pedreira (porque, vamos ser honestos, aos quase 69 anos, já tenho uma coleção considerável de bugigangas em casa, não é?), decidi que só uma parada no Nagoya Outlet seria suficiente.

Pedreira, Nagoya Outlet

Cheguei lá no domingo de manhã, quando as lojas estavam começando a abrir.

Para minha surpresa (ou não), não encontrei exatamente pechinchas, mas pelo menos a estrutura era digna de nota.

Pedreira, Nagoya Outlet

Acabei saindo de lá apenas com um punhado de flores secas, que, quem sabe, servirão de matéria-prima para futuros artesanatos com minhas amigas.

Em seguida, fiz uma parada na Cachaça Campanari, onde o Neno, com a ajuda de sua filha Maira, produz uma cachaça artesanal deliciosamente autêntica.

Monte Alegre do Sul, Cachaça Campanari

Eles mantêm uma tradição que remonta ao século passado, usando o mesmo tipo de milho há quase três décadas – sem nenhuma dessas modernidades genéticas.

Monte Alegre do Sul, Cachaça Campanari

Maira é admirável. Entende de todo o processo e faz de tudo, desde o trabalho pesado até postar sempre sua interessante rotina no Instagram. Sou seguidora fiel da Maira Campanari.

Monte Alegre do Sul, Cachaça Campanari

A cachaça é fabricada aqui desde 1932 e os barris contam a história através das fotos.

Para minha surpresa, saí de lá sem reclamar do preço – um milagre, considerando minha fama de pão-duro.

Monte Alegre do Sul, Adega Peterlini

Em seguida, rumo à Adega Peterlini, enfrentei uma subida digna de um filme de aventura, rezando para não encontrar outro carro no caminho. Mas sabe como é, na subida tudo parece um filme de terror, mas na descida é só alegria. Sou meio dramática mesmo.

A casa onde estão expostos os vinhos e outros produtos tem 140 anos de história e era uma antiga tulha de café.

Monte Alegre do Sul, Adega Peterlini. Detalhe

Há um porão de pedras onde repousam os vinhos e outros produtos.

A Edvana decorou tudo com objetos que estão na família há seis gerações.

Degustação na Adega Peterlini em Monte Alegre do Sul

Os produtos, incluindo um queijo maravilhosamente embriagado em suco de jabuticaba e cachaça, são simplesmente irresistíveis.

Queijos especiais na Adega Peterlini em Monte Alegre do Sul

Trouxe um pão de mandioca que ela tinha acabado de assar que foi o melhor que comi na vida. E suco de uva também. 

Não provei os vinhos. Não aprecio e estava dirigindo. 

Monte Alegre do Sul, Adega nono Rouxinolli

E quem disse que a jornada pararia por aí? A próxima parada foi na Adega Nono Rouxinolli, onde a viúva do Nono, Maria, nos recebe com um cafezinho feito no fogão a lenha.

Monte Alegre do Sul, Adega Peterlini

Não resisti e trouxe um pacote de café para casa – afinal, quem sabe quando será minha próxima visita a um paraíso de aromas tão reconfortante?

E mais uma vez, produtos com ingredientes da fazenda, tudo plantado e colhido ali mesmo. A região de Monte Alegre do Sul é um verdadeiro paraíso para os amantes de vinhos e cachaças artesanais. E com razão! Afinal, numa lista das melhores cachaças do estado, Monte Alegre do Sul abocanhou três das seis primeiras posições. Um brinde a isso! Senti uma pontinha de remorso por não ter ido até a Cachaça Chora Menina. Admito, o nome é irresistível. Mas quem sabe numa próxima aventura?

Famosa Linguiça, Bragança Paulista

E para fechar com chave de ouro (ou melhor, com uma linguiça), fiz uma parada estratégica perto de Bragança Paulista na Famosa Linguiça, à beira da estrada.

Como uma apreciadora de linguiças fininhas mineiras e das robustas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (com 80% de carne de vaca, é claro), eu tenho meus padrões. E adivinha? A linguiça de lá passou no meu teste!

Famosa Linguiça, Bragança Paulista

Na degustação, elegi a "cebola e cerveja" e já fiz em casa metade do pacote logo que cheguei. 

Há lá na Famosa Linguiça uma coxinha que pesa 1 quilo. Quem come-la em dez minutos não paga a coxinha e ganha linguiça e mais um brinde. Eles ficam passando um vídeo das pessoas que já conseguiram até hoje. É muito divertido. O recordista até agora a comeu em 1 min e 48 segundos. Que tal?

A estrutura é completa e há até petshop e outras lojas no local!

Deu tudo certo, as estradas estavam boas e conheci pelo caminho muitas pessoas gentis, pessoas que perseguem sonhos e principalmente, trabalhadoras.