Parque de La Memoria, Filadelfia, Paraguai |
Chaco paraguaio |
Loma Plata, Paraguai |
Loma Plata, Paraguai. Anúncio em alemão de venda de terreno. |
Esse projeto, que levou quatro anos para ser concluído, foi uma das promessas feitas ao governo paraguaio: trazer progresso à região. Por sua natureza pacífica e suas crenças, os menonitas foram liberados do serviço militar, uma concessão importante, já que o pacifismo é um princípio fundamental para eles.
Os menonitas, um grupo religioso com uma história de 500 anos, já enfrentaram perseguições em diversos países. Na Rússia, eles viveram juntos por muito tempo, até que o regime comunista de Stálin começou a reprimir a religião, levando muitos a fugir. O principal ponto de discórdia entre os menonitas e seus perseguidores era o batismo infantil. Os menonitas acreditam que a igreja deve ser formada a partir de membros batizados voluntariamente, quando adultos. Isso não era tolerado. Apenas 6.000 famílias conseguiram escapar antes do fechamento das fronteiras. As que conseguiram, se estabeleceram no Paraguai, vindas do Canadá, Alemanha e Países Baixos.Filadélfia possui cerca de nove museus, e cada um deles preserva e celebra a história e cultura menonita. O Museu Científico, dedicado a Jacob Junger, um professor e caçador que acompanhou os menonitas em sua chegada ao Chaco, é particularmente fascinante.Com uma coleção ornitológica que reúne 191 das 250 espécies de aves que habitam o Chaco Central, o museu destaca a riqueza da fauna local, desmentindo a impressão de que o Chaco é apenas um deserto.Os menonitas, apesar das condições adversas, estabeleceram uma convivência pacífica com as cerca de treze etnias indígenas da região. Inicialmente, houve estranhamento devido às grandes diferenças culturais, mas os menonitas, com sua atitude pacífica e generosidade, ganharam a confiança dos indígenas. As comunidades começaram a trabalhar juntas, e os menonitas ensinaram e empregaram os indígenas, inclusive dando-lhes nomes alemães. Além disso, iniciaram o trabalho de evangelização, traduzindo a Bíblia para os dialetos locais e fundando igrejas.
O hotel tinha uma área de piscina muito agradável, o que é uma benção em uma região tão quente.
Visitamos uma fábrica de implementos agrícolas, que foi um destaque para o meu amigo. Ele ficou encantado com as máquinas, enquanto eu pude praticar meu alemão, que foi surpreendentemente útil durante toda a viagem.
Em Loma Plata, também visitamos o supermercado da cooperativa Chortitzer, onde se encontra de tudo. Se você é menonita, as cooperativas são essenciais para o dia a dia, fornecendo educação, saúde e assistência na velhice. A Trebol é a marca mais popular de laticínios. Esta região é responsável por 75% da produção láctea do Paraguai.Ao lado, uma loja muito útil para os agricultores e pecuaristas.
Outro lugar interessante que visitamos foi uma serralheria que fabrica uma variedade de produtos, incluindo robustos brinquedos de ferro, que são feitos para durar gerações.
Conheci uma brasileira menonita casada com um paraguaio, que me deu muitas informações sobre a vida na colônia. Os menonitas de Loma Plata e Filadélfia são mais modernos do que outros grupos menonitas tradicionais, usando tecnologia como energia elétrica e celulares, e permitindo que as meninas frequentem a faculdade.Filadélfia também oferece várias atrações. Almoçamos no Hotel Florida, um lugar bonito e moderno, superior ao nosso hotel em Loma Plata, mas também mais caro.Infelizmente, o Centro de Artesanía estava fechado quando visitamos, mas é um local conhecido por seus produtos artesanais.
Estas árvores da família das paineiras armazenam água em seus troncos para sobreviver à seca. Durante a guerra do Chaco, os paraguaios usavam essas árvores para se camuflar e construir bunkers.
Fomos para lá de carro por Porto Murtinho.Lá, pegamos uma balsa que comportava dois carros (R$ 150,00 de ida). Mesmo valor para a volta. Olhaí a balsa chegando!
Loma Plata, Paraguai |
Portal de La Amistad, Filadelfia, Paraguai |
Esse portal representa o respeito mútuo e a integração cultural que se desenvolveram ao longo dos anos entre os menonitas e as várias etnias indígenas que habitam a região. Ele é uma celebração da diversidade cultural e da união entre diferentes povos que compartilham o mesmo território, destacando o esforço conjunto para melhorar a vida no Chaco, apesar das diferenças culturais e linguísticas.
Ficamos hospedados no Hotel Loma Plata Inn, em Loma Plata, uma cidade bem planejada com casas em terrenos grandes.
Hotel Loma Plata Inn |
Hidraulica Siemens, Loma Plata, Paraguai |
Cooperativa Chortitzer, Loma Plata, Paraguai |
Taller Tigre, Loma Plata, Paraguai |
Taller Tigre, Loma Plata, Paraguai |
Por fim, uma das coisas que mais me impressionou foram os palo-borrachos.
Palo-borracho, ou paineira em Loma Plata, Paraguai |
Essas árvores, que são chamadas de "barriguda" no Mato Grosso, estão por toda parte no Chaco, destacando a incrível capacidade da natureza de se adaptar às condições mais adversas.
Achei muito caro. Atravessamos um vilarejo chamado Puerto Carmelo Peralta. A ponte que atravessa o Rio Paraguai não está pronta. De longe dá para ver a obra da ponte que fará parte do Corredor Bioceânico. Imaginem só que maravilha. Os produtores poderão levar seus produtos de MS, na verdade, desde Santos, para os portos do Chile ( Oceano Pacífico). Que pena que não estarei mais aqui para ver esta obra. De Carmelo Peralta até Loma Plata é um tédio.
Muitos quilometros de carandá, nenhum posto de gasolina, nenhum "bolicho", nada.
Tudo seco nesta época. Chegando a Loma Plata, um posto de gasolina que parecia uma miragem. Tinha de tudo, inclusive em duas línguas, alemão e espanhol. Pronto! Chegamos. Que país é este?
Estrada Porto Murtinho até Loma Plata |
Chaco paraguaio em julho. Plantação de algodão. |
Agora, o que me tirou o sono foi que viajei sem meu RG. Só estava com minha CNH, o que para os países do Mercosul não é documento. Como meu santo é forte, não fomos parados hora nenhuma.
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