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Corumbá: Onde o Pantanal Encontra a História e a Cultura


Quando me dei conta já estávamos passando em frente ao casario antigo de Corumbá. 
Quanta história naquelas construções! Daí a taurina gulosa aqui cismou de comer uma saltenha e foi uma luta para encontrar o lugar. 
Enfim, encontramos a Saltenharia Nandinho com uma placa escondida atrás da árvore. Tem trem mais escondido?
Saltenharia Nandinho, Corumbá, MS.
Maior movimento no lugar com salgados ótimos saindo a todo momento. Além da saltenha, comi uma esfiha lá das melhores com gostinho de coisa caseira. 
Saltenha da Saltenharia Nandinho, Corumbá.
O Mate Pantanal artesanal é uma delícia! A saltenha é típica da Bolívia. Os bolivianos estão bem ao lado, literalmente. 
Só então fomos para o Hotel Nacional. É um hotel antigo que está em reforma. Faz parte de uma rede que tem hotéis melhores. Na verdade, estou rodeando, tentando ser gentil. Queria dizer que ele é bem confortável, mas muito brega. Ponto. Não vou colocar fotos. Pode ser questão de gosto, sei lá. 
O quarto era amplo e o banheiro com chuveiro muito bom.
Hotel Nacional, Corumbá.
Piscina gostosa e bem cheia por causa das festas de fim de ano. A impressão que me deu é que todos os bolivianos vieram passar Natal e virada do ano no hotel ou na cidade. Na frente do hotel, 80% dos carros tinham placa da Bolívia. E carros ótimos.
Café da manhã muito bom. Amei que tinha sopa paraguaia. 

Na primeira noite fomos a um bar muito recomendado, o Bar do Gelson, que fica numa Marina. Chamamos um taxi. Lá não tem Uber, viu? O motorista, um rapaz novo, muito sério, com tatuagens e com um chapéu de vaqueiro no painel. Daí o moço nos levou para um caminho estranho, uma descida de estrada de terra sem iluminação, mato ao redor. O carro ficou entalado numa valeta. Meu amigo falou pra gente descer por causa do peso. Imaginem o que passou pela minha cabeça! " Isto me parece planejado, estou na fronteira com a Bolívia. Vai sair um monte de bandidos do meio do mato."

Instintivamente me afastei do carro e tirei uma foto. Já ia mandar minha localização para meu filho, mas o carro saiu da valeta. Foi pânico mesmo, o carro era rebaixado e eu sou meio dramática. Eu não sou de lá, uai! No final ele se tornou nosso motorista nas noites de Corumbá. Ele só trabalha de noite. Alemão Taxi  (67)9906-1409.
A noite no Bar do Gelson foi bem melhor que esperávamos.
O lugar é bonito, na beira do Rio Paraguai.
Nem sabíamos que três bandas tocariam naquela noite.
Bar do Gelson,Corumbá, MS
Tinha até camarote. Bom, era uma balada e acho que a gente não sabia. Ficou lotado "de jovens" mais tarde. 
Importante é que entramos no clima e curtimos demais a Joana Vilalva e a Banda 4ever. Ficou tarde e o Alemão nos levou de volta para o hotel. Há muito tempo não curtia uma boa música ao vivo. Nem ficamos para a última banda que seria de sertanejas (gosto muito). 
Um dia, ao fim da tarde, fomos para a orla do Rio Paraguai para combinar um passeio de barco.
Um conhecido achou meu amigo e ficamos num bar que tinha música ao vivo. Sambão raiz. Pensem numa música alta! Zezin's Gastro Pub. Ambiente muito animado bem na orla em um dos casarões. Nesta noite conhecemos a Odila, dona do Hotel Pesqueiro da Odila. Ela foi muito gentil e já nos convidou para um churrasco no dia seguinte na sua casa. Ela é reconhecida pela sua atuação no setor de turismo no Pantanal e já foi homenageada por seu trabalho e dedicação em prol de uma segurança pública mais humana na comunidade ribeirinha. A prosa foi boa com os novos amigos. Conhecemos um senhor sambista, carnavalesco, que é muito querido e conhecido na cidade. Pensem num moço animado! Que povo hospitaleiro! Gostam demais de festa e Carnaval. A Festa de São João lá é famosa e animadíssima pois acaba em carnaval também. No dia seguinte, na casa da Odila, embora estivéssemos de saída para a Bodoquena, aproveitamos muito. Curtimos música ao vivo, banho de piscina e galinha caipira.
Obrigada, Odila, vereador Chicão Vianna ( acabou de entrar no terceiro mandato) e seu simpático amigo Fabricio. Sentimo-nos em casa em Corumbá.
Outros pontos interessantes: Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. Foi eleita a melhor ONG de cultura do Brasil em 2024. Funciona há 20 anos.
Neste lugar aconteceu o Festival América do Sul e o Festival Latino Americano de Arte e Cultura.
Memorial Homem Pantaneiro
 .O prédio é muito bonito por fora. Imponente. Tem uma águia bem bonita e grande lá em cima.
Adorei esta comitiva da artista plástica Buga Peralta.
Memorial Homem Pantaneiro, Corumbá.
Há vários ambientes replicando a vida do pantaneiro, sua fé, instrumentos de trabalho e há uma sala onde passam vídeo com depoimentos de fazendeiros tradicionais.
Casa de Massabarro, Corumbá
Fizemos uma breve visita à Casa de Massabarro.
O artesanato feito lá é muito bonito e elaborado.
Duas noites encerramos comendo um bom bife com arroz fresquinho numa lanchonete muito antiga e conhecida desde os tempos do verdadeiro Trem do Pantanal.
Fica aberta 24h. No Hawaí Lanches, Eudiney, atual proprietário, segue os passos do pai (falecido em 2004) há 31 anos.
Hawaí Lanches, Corumbá, MS.
É bem simples e acabou virando ponto turístico. 
Obras de Izulina Xavier em Corumbá, MS
Passamos em frente à casa da Dona Izulina Gomes Xavier. Foi uma escultora que faleceu com 97 anos e criadora do Cristo Rei do Pantanal.
Não sabemos se a casa que antes era aberta para visitação ainda continua como um museu. A vida dela foi muito interessante. Sempre teve talento e o pai a apoiou desde criança. 
O passeio de barco pelo rio Paraguai, fizemos com o Zé Leôncio Passeios por indicação do Chicão vereador.
A Lu, mulher do Leôncio, é quem faz a maioria dos passeios.
Foi muito interessante ver a cidade de outro ângulo.
Vimos uma grande variedade de aves e foi frustrante não conseguir fazer boas fotos.
Victoria regia mattogrossensis
Vimos até vitória-régia. Nos rios Paraná, Paraguai e afluentes, ocorre a variedade Victoria regia mattogrossensis.
Quando as lagoas onde elas vivem secam completamente, suas cápsulas de sementes ficam enterradas na lama até a volta da água no ano seguinte para então germinar.
Este é o sistema de captação de água que abastece a cidade. 
Passamos em frente ao Bar do Gelson. 
Vimos marinas e barcos de todo tipo.
Peralta Cruise
Este é o Peralta Cruise, um barco hotel de luxo com 10 cabines que faz passeios pelo Pantanal.
Base Fluvial de Ladário, MS.
Meu amigo quis ver a Base Fluvial de perto e foi uma ótima ideia. 
Almirante Leverger
 Vimos navios na ativa como o Almirante Leverger que realiza patrulhas fluviais no Pantanal, auxilia a população ribeirinha e combate incêndios.
Monitor Fluvial Paraguassú (P-2)
Outros nem tanto como o Monitor Fluvial Paraguassú (P-2). Construído em 1890, foi incorporado à Marinha do Brasil em 1940. Após décadas de serviço, foi desativado em 1971 e, posteriormente, encalhado na margem oposta à base, onde permanece até hoje. Atualmente, seu casco serve de suporte para equipamentos de sinalização náutica.
Navio de Assistência Hospitalar Tenente
Maximiano (U28).
Os barcos que levam as crianças para a escola. Achei tudo muito curioso. Nunca tinha visto isto de perto. Foi muito enriquecedor culturalmente e a Lu foi ótima. Contou sobre vários navios e muita coisa eu já me esqueci. Conclusão: quando for a Corumbá, o passeio de barco é imprescindível, tá? 


Comentários

Anônimo disse…
Muito bom tudo que informou aqui….. quanta coisa que não sabia sobre Corumba!!!!!!!!!!

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